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Verde de Paris: a cor que matou

Verde de Paris: a cor que matou

O verde é a cor da Cozinha Retrô e da newsletter de conteúdo sobre cultura e gastronomia Cozinha & Prosa, e você já pode imaginar, então, que se trata da cor favorita da casa:) Mas, sabia que um verde lindo já chegou a matar? Pois é, sente que a história é boa.

No século XIX, surgiu na Europa uma cor que causou fascínio: o Verde de Paris. Intenso, luminoso, um verde-esmeralda de encher os olhos. Apesar do nome pelo qual ficou conhecido, ele foi criado na Alemanha, em 1814, na cidade bávara de Schweinfurt — por isso também é chamado de Verde de Schweinfurt.

Além de ser belíssimo, o pigmento era relativamente barato e se espalhou rapidamente por toda a Europa. Só havia um detalhe: sua fórmula continha arsênico. Era belo, mas perigoso.

Em pouco tempo, tornou-se a última moda em Paris. O Verde de Paris passou a colorir papéis de parede, cortinas, tapetes, louças e até doces, ou seja, tudo o que se podia tingir. O problema é que ele liberava pós e gases tóxicos, provocando dores de cabeça, vômitos, problemas respiratórios e, em alguns casos, a morte. Em Londres, médicos vitorianos começaram a perceber o padrão e alertar a alta sociedade: o verde estava envenenando famílias sem que elas percebessem.

No fim do século XIX, com o avanço da química, o pigmento foi substituído por versões mais seguras, mas não sem deixar um legado sombrio. Ainda hoje, o Verde de Paris é lembrado como uma das cores mais belas já criadas.

 

 

 

Atmosfera esverdejante nos banquetes

Além de estar presente em louças, toalhas e utensílios, o Verde de Paris também era usado para colorir bolos e doces. Há registros de casos de intoxicação após banquetes da alta sociedade. Muitas vezes, o pigmento também estava nos papéis de parede e tapetes, o que fazia com que jantares inteiros ocorressem em uma atmosfera esverdejante, bela e tóxica.

Há, inclusive, especulações de que Napoleão Bonaparte tenha sofrido envenenamento no quarto onde viveu em exílio, em Santa Helena, que tinha papel de parede tingido com Verde de Paris.

Verde de Paris nas Artes

Van Gogh era um dos que amava o tom e o usou em várias telas, como no Autorretrato dedicado a Paul Gauguin — outro admirador do pigmento. Especialistas em arte também apontam o Verde de Paris como possível causa da cegueira de Claude Monet e dos problemas de saúde de Cézanne.

 

Inseticida poderoso

Além da arte e da decoração, o pigmento foi usado para controlar pragas agrícolas e eliminar ratos em Paris. Durante a Segunda Guerra Mundial, chegou a ser pulverizado por aviões para matar mosquitos.

 Perigo ainda à solta

Recentemente, bibliotecas da Alemanha e Estados Unidos começaram a pesquisar e identificar livros encadernados com capas tingidas de Verde de Paris, e centenas de exemplares já foram identificados.

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